segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A NOSSA VIDA FICOU MAIS POBRE…

Era uma vez um menino que, com sacrifício e muito trabalho se fez HOMEM. Desde muito cedo viu-se privado do amor e companhia dos seus pais e ficou entregue ao seu cuidado. Cresceu e fez o que poucos, mesmo muito poucos conseguem fazer.

Cedo casou e desde sempre mostrou que esse casamento (difícil de concretizar) e esse amor estava acima de tudo e foi muito bonito ver como duas pessoas se amavam e se respeitavam, um amor como nunca vi…

Dos 5 filhos, 2 rapazes e 3 raparigas, fruto desse eterno amor, formou uma FAMÍLIA e era evidente a felicidade que sentia ao reunir em cada domingo, os filhos, genros, noras e netos (não fazendo distinção) reunidos à volta desta mesa da sala de jantar (onde agora escrevo estas palavras), por vezes com a televisão com som elevado (saudade) e, mesmo que a árvore genealógica fosse já muito ramificada (como diz o meu cunhado Nelo) e tivéssemos de nos organizávamos para comer à vez, era um momento único…

Este HOMEM foi e será sempre recordado por tudo aquilo que conseguiu dar, as suas palavras, o seu apoio, o seu sentido positivo, a sua sabedoria ponderada e, sobretudo, o seu grande amor pela vida e pelas pessoas que o rodeavam. Um exemplo a seguir, um modelo e um ídolo para todos nós…
Conseguiu formar seres à sua imagem, pessoas íntegras, generosas, amigos e solidários, que dão o melhor de si no que diz respeito ao amor que têm uns para com os outros e pelo respeito que conseguem expressar.

Fez mais e deu o que muitos pensam ser impossível, a coragem, a vontade e a certeza de que de tudo se é capaz, sem nunca descorar o respeito pelos outros.

Conheci este HOMEM há 17 anos e tive o privilégio, desde o primeiro momento, de começar aprender coisas que eu não imaginava existirem até então. Valores e princípios que nunca tinha sentido ou tido oportunidade de ter experimentado…

Aprendi que o melhor que podemos receber é aquilo que podemos dar e, a única coisa que podemos dar é aquilo que de melhor nasce connosco.

Muitas pessoas, infelizmente, não têm a possibilidade de sentir, aprender ou ser desperto para isso, pois, ao contrário de mim, talvez não tenham tido o privilégio de conviver com o FAUSTO, o marido FAUSTO, o pai FAUSTO, o sogro FAUSTO, o avô FAUSTO, o amigo FAUSTO…

Por isso sinto um grande orgulho por fazer parte da sua vida e em momento algum senti ciúmes do enorme amor que a sua filha (minha mulher) demonstra sentir, pois desde muito cedo percebi e soube que ele será para sempre o seu ídolo, o seu primeiro amor, o grande amor da sua vida.

Espero poder passar um pouco do que aprendi com ele para os meus filhos, sobrinhos, amigos e familiares, pois saberei que estarei a dar um pouco de si.

Pelas palavras, pelos actos, pelas mensagens, pelo incentivo, pelo amor, por existir e ter-me dado o privilégio de partilhar um pouco de mim com ele e ter feito de mim o homem que sou hoje, muito mas muito obrigado. 

Tenho muita pena que os meus filhos e alguns sobrinhos não tenham tido a oportunidade de conviver mais com o avô e de terem tido a oportunidade de ouvir, partilhar e vivenciar as suas opiniões, conselhos e força. Sei que estará presente nas suas vidas e que, de alguma forma, será o seu anjo da guarda.

Tudo farei para que saibam o grande HOMEM que foi e o grande AVÔ que tiveram.

Obrigado por tudo!

4 comentários:

  1. Olá, professor Nuno!...
    Lamento a sua/vossa perda familiar... Felizmente, a vida ainda não me privou das pessoas que mais estimo nesta vida, por isso não sei avaliar por inteiro a sua/vossa dor.
    No entanto, li com emoção as suas palavras e com elas reforço esta convicção pessoal que tenho há muito tempo sobre a missão que realmente temos na terra: Amar!...
    Não sei se a morte é o fim... Talvez seja!!!... Mas ninguém deixa verdadeiramente de existir enquanto esse amor alimentar dentro de alguém a saudade de quem já não está cá.

    (Ricardo Brunheta)

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  2. Olá Nuno,

    Não há muitas palavras para dizer nestes momentos...
    Espero que as (boas) memórias prevaleçam em alturas como esta e que o tempo permita que estas recordações se sobreponham à tristeza.

    Um abraço para todos.

    (Rui Azevedo)

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  3. É com emoção que leio as suas palavras, espero que essas recordaçoes felizes, ternurentas, amigas e cheias de amor, o ajudem a superar estes momentos de tristeza.

    Um abraço
    João Correia

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  4. Prof. Nuno

    Mais um marco, mais uma etapa a superar do ciclo da vida ... mas todos os ensinamentos e riquezas que deixou... vão certamente ajudar a superar esta etapa e enriquecer o futuro.


    Um beijinho para Todos
    Elsa Filipe

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